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Violência contra a mulher é tema de simpósio voltado a profissionais de saúde da prefeitura

Reforçando as ações de combate à violência contra a população feminina, a Prefeitura de Manaus realiza, nesta quarta-feira, 22/11, o 1º Simpósio Municipal em alusão ao Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, voltado a profissionais da rede municipal de saúde. A programação, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), acontece no auditório Wilson Alecrim do hospital Nilton Lins, no bairro Parque das Laranjeiras, zona Centro-Sul.

A agenda do encontro, a ser realizado no horário das 8h30 às 12h, vai incluir palestras acerca dos desafios no enfrentamento da violência contra a mulher no município de Manaus, e uma mesa-redonda para debate sobre questões levantadas nas falas. Durante a programação, os participantes poderão ainda conferir uma exposição de fotografias com foco na assistência obstétrica.

Conforme a chefe do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, Lúcia Freitas, o simpósio busca chamar a atenção dos profissionais da rede municipal de saúde para a problemática da violência contra a mulher, além de possibilitar que conheçam melhor sobre as diversas formas como essa violência é praticada. Ela lembra que os casos de violência contra mulheres atendidas na rede pública e privada de saúde são de notificação compulsória, nos termos da Lei nº 10.778, de 2003.

“A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada do sistema. É importante para os profissionais de saúde da Semsa conhecer os tipos de violência cometidos contra a mulher, de modo a identificar casos e orientar usuárias que podem estar sendo vítimas, e seus familiares”, aponta a gestora.

A técnica do Núcleo de Atenção à Saúde da Mulher, Gerda Costa, enfatiza que a violência contra a mulher, em qualquer de suas formas, é também uma questão de saúde pública, na medida em que pode não apenas atingir a integridade física das vítimas, como causar impacto na saúde emocional e psicológica.

“A violência obstétrica, por exemplo, pode causar na mulher problemas como dor durante a relação sexual e incontinência urinária ou fecal, além de ter repercussões psicológicas, com memórias negativas das quais ela não consegue fugir, podendo até evoluir para depressão”, relata Gerda, que vai atuar também como mediadora da mesa-redonda no simpósio municipal.

Programação

O simpósio promovido pela Semsa tem como destaque o painel “Os desafios no enfrentamento da violência contra a mulher no município de Manaus”, que acontece a partir das 9h, trazendo palestras com foco em diferentes aspectos da problemática.

Na primeira fala do painel, a referência técnica setorial do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Loiana Alencar de Melo, vai expor um panorama sobre a violência baseada em gênero, elencando as várias formas de abuso praticadas contra mulheres. Logo após, a defensora pública Suelen Paes fará um balanço das ações desenvolvidas pelo Comitê de Prevenção e Enfrentamento da Violência Obstétrica no Amazonas.

O painel se encerra com a palestra da psicóloga Raquel Floriano Correia Azevedo, trazendo um panorama das ações do Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Savvis), com foco no atendimento a adolescentes e mulheres. O serviço da Semsa funciona na Maternidade Dr. Moura Tapajóz (MMT) e atende casos agudos e crônicos de violência sexual em regime de plantão, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Após as falas, será aberta mesa-redonda para discussão de temas apresentados no simpósio, com mediação da técnica Gerda Costa.

A programação do simpósio terá ainda a exposição de fotografias “Faces do Nascer”, da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM). Idealizada pelas defensoras públicas Caroline Souza e Suelen Paes e pela Diretoria de Comunicação da DPE-AM, a exibição reúne fotografias de Evandro Seixas, com design gráfico de Paulo Maciel e texto da jornalista Kelly Melo.

Mobilização

Comemorado em 25 de novembro, o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para essa problemática, além de promover ações de prevenção, redução e erradicação desse crime. A data marca ainda o início dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, mobilização mundial que alcança mais de 160 países, sendo realizada no Brasil desde 2003.

Dados de um estudo elaborado em 2023, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que 33,4% das mulheres brasileiras com 16 anos ou mais sofreram violência física e/ou sexual por parte de parceiro íntimo ou ex-parceiro. O percentual supera a média global, que é de 27%.

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