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Projeto de reconversão do Local Casa de Praia da prefeitura dará ao espaço acessibilidade em todos os níveis

Em tempos de pandemia e pós-pandêmico, experiências ao ar livre, a vida mais perto da natureza, é tendência moderna e que conectará mais pessoas aos espaços exteriores. É um desses espaços da capital, abandonado há décadas, que a Prefeitura de Manaus trabalha para fazer a reconversão urbana, às margens do rio Negro, criando um ambiente multigeracional para todas as idades no antigo Local Casa de Praia.

Equipes do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) estão desenvolvendo o projeto, que ganhou imagens renderizadas atualizadas da intervenção em 1.650 metros quadrados. Um dos pontos altos da reconversão, além do aproveitamento da biofilia, do contato com a natureza e o rio, será a acessibilidade universal. O prédio do Local Casa de Praia, que serviu de palco para diversas casas de show, sempre se caracterizou por ter vários níveis de acesso, todos por escadas.

Na reconversão, as escadas saem e dão lugar a rampas, que farão as conexões entre os cenários e níveis que levam até o calçadão de pedras portuguesas com desenhos e mosaicos, semelhantes aos que foram usados pelo paisagista Burle Marx, no calçadão de Copacabana (RJ). A proposta faz parte do programa de crescimento econômico e social “Mais Manaus”, lançado pelo prefeito David Almeida, na segunda quinzena de junho.

“Teremos uma central de artesanato, área de duty free, praça de alimentação, espaço para shows e playground. Ele é um exemplo da biofilia, algo cognitivo para o ser humano”, explica o diretor de Planejamento do Implurb, arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro.

A tradicional feirinha de artesanato e os shows culturais, que haviam no complexo turístico Ponta Negra, serão atrações semanais.

Como o terreno é desnivelado, seguindo a estrutura do lote, as rampas e passarelas serão implantadas, ganhando ainda um elevador. “Isso facilitará a acessibilidade de todos, de pessoas com deficiência, pessoas com mobilidade reduzida, idosos. Os espaços serão integrados e a ideia é que funcione o dia todo, promovendo um fluxo contínuo de operações. Quanto à biofilia, estamos aproveitando todas as árvores e um bambuzal belíssimo, que tem na área. Será diferenciado, aberto, ventilado e construído para todas as famílias”, observa Pedro Paulo.

O arquiteto antecipa que haverá pouco acréscimo de área construída, aproveitando ao máximo a reconversão do imóvel, proporcionando uma intervenção mais sustentável e econômica. “Seria mais fácil, inclusive para projetar, demolir tudo e começar do zero. Mas é possível reconverter o prédio e que isso sirva como exemplo de que se pode aproveitar edificações para mudar o uso”, comenta.

“Este espaço há muito estava sem nenhuma atividade. Com a retomada e o futuro funcionamento dele, a cadeia econômica, de negócios e artística da cidade de Manaus poderá obter recursos adicionais para sua renda familiar, uma das diretrizes do prefeito David Almeida”, afirma o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.

O antigo Local Casa de Praia terá gestão futura da Secretaria Municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), e conforme o secretário Radyr Júnior, o objetivo será dotar a unidade de atividades que produzam renda e distribuam desenvolvimento social, econômico e cultural. “Ali vamos fortalecer o empreendedorismo e sobretudo a economia solidária e criativa, com o networking. Teremos várias opções de negócios e no pequeno anfiteatro vamos trabalhar, em parceria com a Manauscult (Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos) para ter uma grade fixa com artistas locais apresentando os valores da nossa terra”, informa Radyr.

Recursos

A Prefeitura de Manaus tem duas linhas de ação para executar a obra. Uma é de buscar parceiros na iniciativa privada, interessados no modelo para administrar as operações comerciais; e a outra é utilizar os recursos do Fundo Municipal de Empreendedorismo e Inovação (Fumipeq). “Visando a otimização e a redução de custos do poder público, estamos procurando uma operação com financiamento privado. Caso não ocorra, teremos os recursos do Fumipeq”, salienta o secretário da Semtepi.

Com os recursos disponíveis, a previsão é de entregar a obra em até 9 meses. Com vista privilegiada para o rio Negro e a praia da Ponta Negra, o local tem projeto para abrigar restaurante, central de artesanato, áreas para exposições artísticas, ambientes abertos e fechados, playground, áreas de convivência, passarela, mirante, quiosques e ações, com estrutura para receber shows intimistas.

“Na verdade, é um resgate. Nós vamos aproveitar exatamente a estrutura que está em ruínas. O grande atrativo desse espaço é exatamente a contemplação dessa paisagem. Então, ele vai ser amplo, aberto e ventilado”, conclui Pedro Paulo.

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