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“Às margens do rio Negro, onde nasceu a cidade de Manaus, aos povos indígenas, peço perdão histórico com esse reconhecimento após 351 anos”, disse David Almeida, durante inauguração de memorial indígena

Como forma de reconhecer os primeiros moradores de Manaus, o prefeito David Almeida inaugurou na praça Dom Pedro II, localizada no centro histórico, marco zero da capital, a Aldeia da Memória Indígena de Manaus. A ação aconteceu na noite desta segunda-feira, 19/4, e também contou com o lançamento de um mural de 34 metros de comprimento com quatro imagens retiradas de livros históricos da região.

“Às margens do rio Negro, onde nasceu a cidade de Manaus, aos povos indígenas, peço perdão histórico com esse reconhecimento após 351 anos. Desde 1542, quando aqui chegou o primeiro homem branco, vocês já estavam aqui. O que é de vocês, retorna como forma de reconhecimento pelo poder público municipal”, enfatizou Almeida.

Durante a cerimônia realizada em frente ao Museu da Cidade de Manaus, David Almeida relembrou que o local onde hoje está a praça Dom Pedro II, antes era um cemitério indígena.

“Quero frisar a importância deste evento simbólico. Nós precisamos conhecer a nossa cidade. Isto aqui é um lugar sagrado, isto aqui é uma necrópole de Manaus. Quando Francisco de Orellana, que descia o rio Amazonas, vindo do Peru, passou por aqui, já estavam os barés, tarumãs, os manaós, povo guerreiro. Esse lugar era um cemitério indígena. Manaus é uma cidade nascida dos povos indígenas e vamos fazer esse reconhecimento com esse memorial”, concluiu.

Mural

Além do memorial, também foi entregue um mural de 34 metros, pintado pelo artista Fábio Ortiz, com quatro imagens retiradas de livros históricos: o mapa das calhas dos rios; o guerreiro Ajuricaba; os manaós e o cemitério indígena na visão do colonizador.

O presidente do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), Tenório Telles, salientou a importância de respeitar o solo sagrado da praça próximo ao marco zero de Manaus e homenageou os povos indígenas com o poema “A vida verdadeira”, do poeta Thiago de Mello.

“Não tenho caminho novo. O que tenho de novo é esse jeito de caminhar. Que nós possamos, a partir de hoje, caminhar de uma forma diferente, com mais tolerância, solidariedade, fraternidade, liberdade e acolhimento”, citou.

Marco

O diretor-presidente da Fundação de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Alonso Oliveira, fez questão de agradecer ao apoio dado pelo prefeito David Almeida, que abraçou a ideia de reconhecer o local como solo sagrado indígena.

“Ao prefeito, nosso reconhecimento pelo seu apoio a este momento histórico de nossa cidade. Que este momento seja um marco de uma nova etapa para a história de Manaus. Aos nossos irmãos indígenas, contem com o nosso apoio, nosso trabalho e dedicação, para esse resgate da memória histórica de nossa cidade e de nossa ancestralidade. Vamos trabalhar para tornar realidade um sonho que estamos vivendo hoje”, concluiu.

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