A Prefeitura de Manaus iniciou, na manhã desta sexta-feira, 30/4, a ação para abordagem de crianças e adolescentes exploradas na mendicância em dez pontos da capital que mais registram a presença de menores em situação de exploração. A iniciativa, executada pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), será realizada até o dia 4 de maio.
Na Boulevard Álvaro Maia, próximo ao cemitério São João Batista, no Centro, em poucos minutos após a chegada da equipe, já não havia mais nenhum adulto ou crianças pedindo dinheiro entre os carros. Para garantir a efetividade do trabalho, a atuação das equipes acontecerá nos três turnos – manhã, tarde e noite – e terá como objetivo orientar e tirar dúvidas das famílias a respeito da exploração infantojuvenil.
“Nós temos um cenário que é bem desafiador, um cenário muito difícil diante de tudo que estamos vivendo. Nós temos uma crise que não é só sanitária, é também econômica e social. Tudo isso impacta diretamente na vida da população que vive em situação de pobreza e de extrema pobreza e, por isso, essas pessoas criam essa estratégia para garantir a sua sobrevivência”, declarou a secretária da Semasc, Jane Mara Moraes.
Também será traçado o perfil das pessoas que se encontram em situação de rua para a construção coletiva do Plano Municipal Intersetorial de Atendimento à População em Situação de Rua, determinado pelo prefeito David Almeida.
“Nós estamos com a abordagem social no intuito de identificar, orientar e sensibilizar para o retorno para a casa, além de identificar quais os programas sociais em que essas pessoas já estão ou poderão ser inseridas, para fazermos os devidos encaminhamentos. No dia 5 de maio, teremos uma reunião com diversos órgãos para criarmos o plano que venha, efetivamente, mudar essa realidade”, afirmou a subsecretária de Políticas Afirmativas para as Mulheres e Direitos Humanos da Semasc, Graça Prola.
Além da Semasc, representantes da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas) e de dez Organizações da Sociedade Civil (OSC) também participaram da ação: Desafio Jovem, Movidos pelo Amor, Lar Batista Janell Doyle, Pequeno Nazareno, Instituto de Ação Social Vida e Saúde do Amazonas (IASVISAM), Vida Alegre, Casa de Sara, Movimento Comunitário Vida e Esperança (MCVE) e Abordagem Social Girassol, Abordagem Social Mãos Amigas.
Para a psicóloga da Seas, Jessica Fernandes, os traumas que podem ser provocados pela exploração das crianças e adolescentes são grandes. “Vamos averiguar a vulnerabilidade emocional, social, de tudo que engloba essa situação da pessoa na rua. Das famílias pedindo dinheiro entre os carros, o quanto isso impacta na vida das crianças”, finalizou.