No Dia Internacional do Livro, comemorado nesta sexta-feira, 23/4, os escritores João do Rio e Thiago de Mello foram destaque em live realizada pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e pelo Conselho Municipal de Cultura (Concultura). A abertura foi feita pelo presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, que ressaltou o programa de governo do prefeito David Almeida, que tem na educação e promoção da cultura, pilares de sua gestão.
Sobre a importância da celebração, Oliveira invocou um dos ícones da literatura brasileira, Monteiro Lobato, para a abertura do evento cultural.
“Uma das frases mais citadas pelo grande escritor Monteiro Lobato tem como fundamento sua percepção de que o pressuposto para a construção de uma nação esclarecida e cidadã é o conhecimento, por isso afirmava: ‘Um país se faz com homens e livros.'”
A programação da manhã contou ainda com uma palestra do presidente do Concultura, Tenório Telles, que teve como tema “Thiago de Mello – uma vida comprometida com o ser humano e a poesia” e começou citando grandes intelectuais da história mundial como Platão; São Paulo, o apóstolo; Borges, também sobre o poder e beleza das palavras; e arte literária.
“O poema ‘A vida verdadeira’, que abre o livro ‘Faz escuro mas eu canto’ de 1965, é uma clara evidência dessa arte de juntar o barro das vivências, os mecanismos subjetivos do ser humano e a engenhosidade criativa”, explicou Telles, sobre a obra do poeta Thiago de Mello, nascido no município de Barreirinha (AM).
O recital lírico ficou por conta do ator Leonardo Novelino, gestor do Museu de Manaus, que interpretou os poemas “Cantiga quase de roda” e “A rosa branca”, do livro “Melhores Poemas de Thiago de Mello” e “Seleção”, de Marcos Kruguer. Além dos poemas “O canto libertador”, de José Seráfico, e “Uma flor para Drummond”, do livro “Acerto de Contas”, de Thiago de Mello.
Encerrando a sessão da manhã, o vice-presidente do Concultura, Neilo Batista, declamou o poema “Canção da Esperança”, um brado em socorro às pessoas que sofrem pela falta de empatia nos dias atuais pelo antagonismo radical de ideias e crenças.
“Neste tempo de morte e de sombras, de guerras e de campos devastados ergo este canto para celebrar a vida e os que tombam pela liberdade”, bradou Batista.
João do Rio
Encerrando a programação comemorativa ao Dia do Livro, o professor e escritor José Seráfico palestrou sobre um dos homenageados deste ano, João do Rio, pseudônimo literário do imortal João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881 a 1921, Rio de Janeiro), que fez carreira como jornalista, cronista, contista e teatrólogo.
Trabalhou em vários jornais com grande popularidade, sagrando-se como o maior jornalista de seu tempo. Usou vários pseudônimos, além de João do Rio, destacando-se: Claude, Caran d’Ache, Joe, José e Antônio José. Como homem de letras, deixou obras de valor, sobretudo como cronista, sendo o criador da crônica social moderna.
Como teatrólogo, teve grande êxito a peça “A bela madame Vargas”, representada pela primeira vez em 22 de outubro de 1912, no Teatro Municipal de São Paulo (SP). À época de sua morte, era diretor do diário “A Pátria”, dedicado aos interesses da colônia portuguesa, que fundara em 1920.