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Marco do Polo Digital de Manaus, o Casarão de Inovação entra em fase final da obra de restauro

O mais novo Casarão da Inovação será ponto de partida dado pela Prefeitura de Manaus para uma série de implementações voltadas à inovação e tecnologia na capital amazonense. A sede do centro de tecnologia será o antigo hotel Cassina, que recebe obra de restauro pelo programa “Manaus Histórica”. O espaço, localizado no centro da cidade, já está com 70% de execução dos serviços e, quando concluído, deve receber empresas e startups de inovação.

Segundo o prefeito Arthur Virgílio Neto, o Casarão da Inovação será um marco na criação do Polo Digital de Manaus e colocará a capital amazonense em outro patamar, aumentando sua competitividade frente a outras cidades. “Essa obra coroa o que tanto busquei fazer nesses quase oito anos de governo, que é valorizar o centro de Manaus, resgatando sua história e identidade. E o antigo hotel Cassina, completamente revitalizado, ocupava um lugar especial nesse sonho, transformando o que já foi a sede do desperdício na época da borracha em um templo da economia 4.0, com um polo de alto conteúdo tecnológico”, avaliou.

Ao todo, a estrutura apresenta quatro pavimentos e uma área entre 1.500 e 1.600 metros quadrados. O subsolo abrigará todas as funções técnicas, assim como a sala de formação, enquanto o térreo contará com a recepção, lounge e as principais salas de reunião e laboratórios. O primeiro pavimento propõe duas salas de reunião e um plano de trabalho aberto. O pavimento superior apresenta um espaço para café/restaurante, com vista privilegiada aos usuários, que vão poder olhar a praça Dom Pedro II, o Museu da Cidade e outros prédios do centro histórico, além do rio Negro, a partir do terraço panorâmico.

“Entramos na fase final. Já foi concluída a parte da superestrutura, que envolve a estrutura metálica e estrutura de concreto. Parte das instalações elétricas está pronta, enquanto as instalações hidrossanitárias já estão finalizadas. Na próxima etapa, os serviços estarão concentrados nas esquadrias, revestimentos, pintura, acabamentos, testes e subestação. O prefeito quer coroar toda a população, mostrando que o desafio imposto no antigo hotel Cassina foi superado e que teremos um prédio belíssimo, revitalizado, bem como o seu entorno”, disse o diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Cláudio Guenka.

Distrito de Inovação

A empresa de consultoria em cenários estratégicos Porto Marinho foi a selecionada para a implementação do parque de inovação e tecnologia. A empresa é responsável pela criação do Porto Digital de Recife, um dos principais do segmento no Brasil, que abriga 300 empresas e gera mais de 9 mil empregos na capital pernambucana. Segundo o diretor da empresa, Cláudio Marinho, atualmente a fase se concentra no plano de ação.

“Já foram mapeadas 24 ações objetivas para a implementação do Distrito de Inovação no Centro Histórico de Manaus, alinhadas com seis objetivos estratégicos definidos pelos grupos de trabalho dos workshops. O plano vai ser consolidado em formato preliminar para entrega e discussão com a Prefeitura agora em setembro. Espera-se que durante o mês já se estabeleça o processo de engajamento para detalhamento e execução das ações”, explicou Marinho.

O próximo passo será levantar e mapear potenciais usuários ocupantes dos mais de 70 prédios públicos, que podem ser reformados e usados por empresas. “O Polo Digital de Manaus será a base de um grande projeto de ressignificação do centro histórico. Será um lugar de referência de empreendedorismo e inovação, onde empresas terão um ambiente propício para se inserirem, com direcionamento adequado para que elas possam testar o seu modelo de negócio e a venda dos produtos”, ressaltou o secretário municipal do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi), Marco Pessoa.

Polo Digital

O projeto de implantação do Distrito de Inovação, no Centro Histórico de Manaus, é fruto das ações relativas ao planejamento estratégico “Manaus 2030”, que busca desenvolver novas matrizes econômicas na região. O novo Polo Digital é o ícone do projeto, pois é o ponto de partida de onde será a governança de todo o Distrito de Inovação, conforme explicou o subsecretário de gestão da Secretaria Municipal de Finanças, Planejamento e Tecnologia da Informação (Semef), Alain Costa.

Segundo ele, a ideia é ter uma área de gestão e apoio de todo o distrito, contendo vários serviços, para incentivar e dar suporte às novas empresas que serão instaladas. “A ideia é trazer para o centro de Manaus um conjunto de várias empresas de inovação e startups. Com isso, poder fazer não só um processo de geração de economia, mas principalmente da restauração e ressignificação do centro histórico”, disse o subsecretário, ao detalhar os objetivos do projeto.

“Alinhada a todas essas ações que a Prefeitura de Manaus já tem feito de revitalização do Centro, trazendo uma matriz econômica para essa localidade, nós vamos conseguir potencializá-la. Inclusive, isso está diretamente ligado às Leis de Incentivo Fiscal aprovadas em 2019, que estão em processo de regulamentação. Essas leis trarão esses incentivos para fazer valer cumprir esses objetivos”, enfatizou Alain.

A Lei 2.565/2019 institui o Programa de Incentivos Fiscais e Extrafiscais (Proinfe), que fomenta e incentiva a criação do Polo Digital de Manaus (PDM) para atração de startups. A nova legislação concede desconto de 60% do Imposto Sobre Serviço (ISS) incidente, exclusivamente, sobre as atividades específicas das startups.

Valor histórico e cultural

A intervenção em execução no antigo prédio do hotel Cassina está criando um projeto resolutamente contemporâneo, porém em harmonia com o patrimônio histórico. O prédio icônico, construído em 1899, está localizado na esquina das ruas Bernardo Ramos e Governador Vitório. A fachada está sendo preservada, respeitando itens da arquitetura que remetem ao período da Belle Époque, que foi o período de maior riqueza da região.

Uma das características que será mantida originalmente, por exemplo, é o revestimento da fachada, que foi produzido com argamassa pigmentada a partir da trituração da pedra vermelha Jacaré, ainda naquele final de século. Outra evidente característica a ser preservada é a aparência extremamente tropical do prédio, onde 25% da área, entre a fachada e o prédio propriamente dito, ficará como jardim de transição, com vegetação exuberante e passarelas. O intuito é criar um clima arejado e mais natural e, ao mesmo tempo, sofisticado com tecnologia.

A obra tem projeto licitado pelo Implurb e aprovada junto ao Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

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