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Wilson Lima fecha parceria internacional para investimento em infraestrutura no Amazonas

Fundação norte-americana quer investir na BR-319. Objetivo é torna-la modelo de desenvolvimento sustentável

O governador Wilson Lima fechou parceria com a fundação norte-americana Gordon e Betty Moore, que apoia descobertas científicas e conservação ambiental, para aporte de recursos para infraestrutura da rodovia BR-319, que pode servir de modelo para o mundo de como é possível ter uma rodovia cortando a floresta com baixo impacto ambiental. A reunião com representantes da fundação aconteceu na noite de quinta-feira (02/05), durante o Fórum Global da Força Tarefa de Governadores para Clima e Floresta (GCF Task Force, sigla em inglês), em Caquetá, Colômbia.

Na próxima semana, representantes da Gordon e Betty Moore e da Fundação Getulio Vargas estarão em Manaus para reunirem-se com o Governo do Estado e apresentarem projeto de viabilidade ambiental da BR-319, que hoje é o principal entrave para o asfaltamento. O aporte de recursos é voltado sobretudo para monitoramento das unidades de conservação e a proteção das populações tradicionais, com o objetivo de assegurar a recuperação da rodovia em bases sustentáveis.

“As parcerias são fundamentais. Tem muitas instituições querendo investir e nós estamos abertos a discutir, analisar. Estamos abertos para o que for bom para o Amazonas e para melhorar a qualidade vida do nosso povo. Um dos assuntos que discutimos é sobre a possibilidade de trabalharmos de forma sustentável dentro das unidades. Nós temos um desafio grande pela frente, que é provar que isso é possível”, destacou o governador Wilson Lima. Participaram da reunião com os representantes da Gordon e Betty Moore, o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, e a secretária de Comunicação, Daniela Assayag.

“A Fundação tem interesse em toda a Amazônia e nossa estratégia é apoiar a criação e consolidação de áreas protegidas. No caso do Estado do Amazonas, a Fundação auxiliou a criação de algumas áreas estaduais no passado. Temos interesse em apoiar alguns modelos de desenvolvimento sustentável”, explicou Paulina Arroyo, representante da fundação Gordon e Betty Moore, que não investe no Amazonas desde 2015.

Para o governador, a retomada do diálogo demonstra confiança na política do governo de defender a conservação da floresta sem desvinculá-la do desenvolvimento social. “É um grande passo que estamos dando no sentido do desenvolvimento regional, da integração do Amazonas ao restante do país, mantendo nosso maior ativo, que são os recursos naturais”, frisou Wilson Lima.

Fórum – Na tarde de quinta-feira, o governador Wilson Lima também participou de um painel de discussões do GCF Task Force sobre os desafios enfrentados do pequeno agricultor para investir na melhoria da produtividade, no alcance da sustentabilidade e em agregar valor ao que é produzido. O evento contou com a participação de 36 governadores de 10 países com área de floresta.

Wilson Lima destacou que, apesar do Amazonas ter boa parte da cobertura florestal original e uma população com mais de quatro milhões de habitantes – com destaque para a predominância de 66 povos indígenas –, além do maior estoque de carbono da floresta tropical de qualquer jurisdição subnacional no planeta, os índices econômicos e sociais estão entre os mais baixos do país.

O governador do Amazonas defendeu que para alcançarmos êxito em longo prazo, reduzindo o desmatamento e aumentando a renda da população, será necessário a construção de uma nova matriz produtiva, baseada em especial nos serviços ambientais gerados pela floresta.

Como exemplos, ele listou o sequestro de gás carbônico e água, manejo dos recursos naturais como extração de madeira legalizada, da pesca, manejo de quelônios e jacarés, além do ecoturismo e da bioeconomia, cuja base está nos ativos naturais e genéticos da biodiversidade natural.

O chefe do Executivo Estadual do Amazonas, que representa a delegação brasileira nos debates, fez ainda um alerta. “Nós precisamos sair do discurso. Os organismos e as fundações internacionais têm que assumir o compromisso não só da conservação, mas acima de tudo, garantir as condicionantes de desenvolvimento social para o nosso povo. Não tem como conservar a floresta sem ter a garantia de que o cidadão vai ter condições de sustentar a família dele. O ser humano precisa ser levado em consideração”, afirmou Wilson Lima.

  

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