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De volta à cena política, ex-governador José Melo quebra silêncio

Ex-governador, deputado e secretário de educação, professor Melo falou da prisão, comentou sobre adversários e falou de projeto para matriz econômica sustentável do Amazonas e abordou projeto para criar matriz econômica sustentável do Amazonas

Com vistas à disputa do cargo de deputado estadual no pleito de 2022, o ex-governador do Amazonas José Melo (PROS) quebrou o silêncio que já mantinha há quatro anos, desde que foi cassado e preso em 2017. Em entrevista a Ronaldo Tiradentes, durante o programa “Manhã de Notícias ”, da Rádio Tiradentes, nesta segunda-feira (8), ele defendeu sua inocência, falou dos dias na prisão e disse que chegou a pensar em se matar ao ser chamado de “ladrão” na rua.

O ex-governador também falou da intenção de se candidatar a deputado estadual, do sonho de criar uma matriz econômica ambiental em contraponto ao Polo Industrial de Manaus, e não tergiversou ao comentar a respeito de seu ex-aliado Eduardo Braga (MDB), principal articulador de sua cassação no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Se o Eduardo Braga fosse um vírus, ele seria o Covid-19. Ele ficava lá, insistindo”, disse Melo, ao recordar a atuação incisiva do agora senador diante de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para articular a cassação. “Eu fui cassado por compra de votos, mas a Nair Blair foi inocentada”, disse Melo, se referindo à assessora indiciada por compra de votos, caso que acabou levando à cassação do ex-governador.

Sobre os dias na prisão, Melo disse que “serviram para muita coisa” e que procurou tirar o melhor da situação. “Pra mim tudo na vida é lição. Aprendi isso com meu pai, um seringueiro lá do Juruá, que dizia que a gente não tinha que reclamar de nada, mas sim entender a lição de Deus e tirar o melhor para si”.

Contudo, foi ainda antes de ser preso que Melo disse ter passado pela experiência mais dolorosa, quando foi chamado de “ladrão” por uma pessoa na rua.

“Fui ao Banco do Brasil para abrir uma conta. Ao subir as escadas, uma pessoa disse assim: “E aí, Zé Melo, ladrão da saúde, está indo botar os milhões que tu roubaste?” Eu me virei para falar com essa pessoa, que estava em um carro, arrancou e foi embora. Voltei pra casa e não consegui dormir”, contou Melo.

“Desci para o escritório. Escrevi 110 laudas até às cinco da manhã. Hoje, sei que Deus existe e o diabo também. Naquelas 110 laudas estava toda a história da minha vida e de todos os políticos com quem eu convivi. Uma herança maldita para os meus filhos e para mim, do ponto de vista espiritual, pois eu iria me matar”, disse ele, que contou ter sido “salvo” pela sobrinha Helena, que passou a morar com os tios por um problema de saúde da mãe. “Eu me apeguei à criança e esqueci isso”, contou.

Eleições

Perguntado sobre as razões que lhe fariam voltar a disputar um cargo público, José Melo afirmou que “queria provar a mim mesmo que não era covarde”. “Se eu tinha enfrentado uma cassação, tornozeleira, eu poderia enfrentar uma campanha”, disse.

A “matriz econômica ambiental” será sua principal plataforma de campanha. “Meu sonho como governador era dar ao povo do Amazonas uma segunda matriz econômica, que não seja só a Zona Franca de Manaus. Eu tentei, reuni nove embaixadores, ambientalistas, cientistas e concebemos a matriz econômica ambiental, que é a exploração racional das riquezas naturais de forma sustentável”, afirmou, explicando que sua ideia não é de substituir o modelo Zona Franca, mas diversificar a economia da região.

“A Zona Franca pode permanecer, mas em equilíbrio com um interior rico, forte. Imagina essas duas coisas juntas, o Amazonas se transformando no maior produtor de peixe.

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