Os municípios de Humaitá e Lábrea, no sul do Amazonas, receberam a visita técnica da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS). O presidente da agência, Flávio Antony Filho, conferiu de perto o trabalho de associações e cooperativas de agricultores que passarão a garantir a comercialização de alimentos por meio dos programas da ADS, como o Balcão de Agronegócios e o de Regionalização da Merenda Escolar. Durante a viagem, foram realizadas audiências públicas, nos dois municípios, que contaram com a participação de produtores rurais, autoridades locais e representantes de organizações sociais.
Em Humaitá, a 590 quilômetros de Manaus, a equipe técnica visitou a comunidade do Alto Crato, uma das áreas de maior produção agrícola do município. Segundo o presidente da Associação de Produtores de HortiFrutiGranjeiros do Alto Crato (Apofac), nos últimos três anos a associação se credenciou ao Programa de Regionalização da Merenda Escolar (Preme), mas não obteve pedidos de produtos para compra. “Nós já estávamos desistindo do programa. Para o credenciamento, precisamos investir tempo e deixar nossos afazeres para correr atrás de documentação e, ao longo do ano, não solicitavam nossa produção rural”, explicou Fioravante Santos.
Para o presidente da ADS, o objetivo da viagem é exatamente identificar as melhorias que precisam ser aplicadas aos programas da agência para que as ações de escoamento e comercialização, por parte do Governo do Estado, possam alcançar o maior número de produtores rurais. “Somente para um programa, o Preme, a estimativa este ano é de R$ 62 milhões para aquisição de produtos para a merenda escolar, oriundos da agricultura familiar. Nos primeiros levantamentos, percebemos que muitas das aquisições foram realizadas apenas na Região Metropolitana de Manaus. Estamos trabalhando para ampliar o raio de atuação e beneficiar, principalmente, os pequenos produtores das comunidades ribeirinhas”.
Em outra comunidade do município, a do Paraisinho, os agricultores relataram a situação com a cheia do rio Madeira. Produtos como jerimum, maxixe, melancia, banana, pepino e mais de 3 toneladas de macaxeira estão ameaçados pela subida das águas. Segundo o presidente da ADS, o programa Balcão de Agronegócios, responsável pela intermediação entre os produtores e os supermercados, agroindústrias e restaurantes, será acionado, bem como a inclusão desses produtores no Preme para atender as demandas do próprio município, garantindo parte dessa produção e, assim, minimizar o prejuízo nesta safra. Os agricultores da comunidade participam da Feira de Produtos Regionais da ADS, realizada desde 2017 em Humaitá. Em visita ao local, o presidente da agência anunciou que a feira vai receber novas tendas, expositores, faixas e outros itens para melhorar a estrutura e ampliar a participação dos produtores.
Lábrea – No município de Lábrea, a 853 quilômetros da capital, a equipe técnica visitou a Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha (Aspacs). A organização trabalha em conjunto com três comunidades indígenas e 40 comunidades ribeirinhas e tem como atividade principal o beneficiamento da castanha-do-brasil. No ano passado, a associação, credenciada ao Preme, não foi contemplada e deixou de vender aproximadamente 17 toneladas do fruto. O escoamento e a comercialização dessa produção serão viabilizados pela agência nos próximos dias, segundo o presidente da ADS.
Audiência Pública – Em Humaitá e em Lábrea, a audiência pública foi realizada no auditório das respectivas prefeituras. Na oportunidade, produtores rurais, presidentes de associações e cooperativas, secretários municipais, vereadores, além de autoridades locais, puderam discutir as políticas públicas de comercialização dos produtos regionais. O objetivo do encontro foi diagnosticar as demandas da região para melhor operacionalizar os programas da agência no sul do Amazonas.